Por quê não somos todos cristãos em Angola

Na cidade em que moro agora - Luanda - é possível ver igrejas em vários lugares. Não posso assumir que existam igrejas em absolutamente todos os bairros e localidades, mas sei que em muitos deles existem. Em algumas zonas é possível ver várias igrejas na mesma rua, inclusive.

Não tenho os números, mas Angola parece um país de maioria cristã. 

Conheço uma pessoa que se dedica a evangelizar nas ruas da cidade, que me transmitiu que uma das dificuldades em fazê-lo em Luanda é precisamente a de "todos já serem crentes". Risos. Para mim, esta é uma ideia um pouco engraçada: a de que todas as pessoas a quem possamos fazer parar nas ruas se declarem cristãs. 

Mas... a questão é precisamente esta: somos todos cristãos em Angola?

Vejamos: a fevereiro de 2023, Angola ocupava o lugar 116 do Índice de Percepção da Corrupção, sendo o 180.º e último país da lista, o mais corrupto. Numa publicação datada de 25/11/2019, o Jornal de Angola (jornal de maior circulação do país) referiu que 3.703 casos de violência doméstica haviam sido registados no primeiro semestre daquele ano. 

Não é que Angola só tenha problemas. Não. Mas existem estes problemas e mais alguns que alguns de nós aqui bem conhecemos. A minha questão é a de saber se se somos todos cristãos em Angola, o que se passa de errado connosco? 

Se somos as mesmas pessoas que se declaram cristãs nas ruas à abordagem de um irmão a evangelizar-nos e as mesmas que enchem as igrejas aos domingos, de onde vêm os nossos problemas de corrupção? E aquilo dos professores que cobram valores monetários ou favores para "fazerem passar" os alunos?

Se somos os mesmos, de onde vêm as "gasosas" pedidas pelos funcionários para "facilitar" a prestação de um serviço? De onde vêm tantas famílias com filhos que são irmãos "de pai" (que muitas vezes têm a mesma idade entre si)? De onde vem a má qualidade de muitos serviços - públicos e privados? De onde vem a falta de simpatia da "moça" que atende em uma loja? 

De onde vêm os nossos maus hábitos e o nosso baixo nível de moralidade? 

Não podemos ser as mesmas pessoas.... as mesmas que enchem as igrejas. As mesmas que ouvem louvores! Não podemos... 

Acontece que os números não me permitem deduzir que exista uma parcela da população que vá a igreja e outra que não vá e que pratique tais actos. Não é isto que aparenta estar se passando quando olhamos para Angola. Quer saber o que aparenta estar em causa? 

Parece estar em causa um cristianismo declarativo, nominal.... 

Ou seja, declaramos-nos como cristãos, mas não o somos. Somos no limite pessoas que vão a igreja, que até oram em algum momento, ou que têm familiares que o façam (a clássica resposta "a minha mulher ora muito!). Mas na verdade... será que somos cristãos?

Ora, se ser cristão não for viver como Jesus Cristo, o que é então? 

Ser cristão é reconhecer-se como pecador, mas reconhecer também e aceitar o sacrifício que Jesus Cristo fez na cruz para o salvar da condenação eterna e reconciliá-lo ao Pai. Ser cristão é viver com a consciência de que ainda não alcançou a perfeição, mas buscando fazê-lo (segundo os critérios do Senhor) e sabendo que o Espírito Santo o ajuda. Ser cristão é ser seguidor de Cristo, imitando as suas prioridades e a sua vida. Ser cristão é ser da família de Deus. Ser cristão é ser uma nova criatura - um novo ser, com uma nova natureza.

Se somos pessoas sem estas características, somos cristãos? 

Se ao sairmos da igreja vivemos a vida como nos apraz viver, sem nos importarmos em fazer escolhas conforme a vontade do Pai, será que somos cristãos?

Vivemos como queremos de segunda a sábado e no domingo pela manhã dedicamos algumas horas à temas cristãos e queremos nos declarar cristãos? Queremos ser cristãos sem conhecer a Cristo? 

Acho que não podemos... 

Creio que, em Angola, tal como em todo o mundo, existam cristãos genuínos. No entanto, não acho que estes correspondam ao número de pessoas que se auto-declaram cristãs. Acredito que existam pessoas realmente santas por aqui, as quais desempenham as suas funções diárias - dentro e fora da igreja (aqui, com o sentido de "templo") - em santidade. 

No entanto, se estes forem em número inferior a todos os que se dizem ser - e acho que são - não somos todos cristãos em Angola. 

Mas o convite é para que o sejamos! Ainda hoje, você pode dobrar os seus joelhos e reconhecer: 

  1. que você é pecador; 
  2. que você precisa de ser salvo; 
  3. que você aceita o Senhor Jesus Cristo como seu salvador
  4. que você aceita o Senhor Jesus Cristo como seu Senhor (seu dono).

Você pode orar assim: 

"Senhor meu Deus, agradeço pela graça de ter ouvido falar da Sua palavra.

Eu reconheço que as minhas atitudes e escolhas têm sido contrárias aos princípios da Sua palavra. Reconheço que não tenho feito do Senhor a minha prioridade. E por isso, sou pecador (a). 

Senhor, me perdoe, por favor. Me perdoe por todos os meus pecados. 

Eu reconheço o sacrifício do Senhor Jesus Cristo, que morreu na cruz para me salvar da condenação eterna e me reconciliar com Deus, o Pai. Eu aceito o Senhor Jesus Cristo como meu Senhor (meu dono) e como meu Salvador. 

Obrigada por este momento, Pai. Eu quero te conhecer e viver a minha vida na terra e a eternidade com o Senhor. 

Ajude-me, por favor, Pai. 

Eu oro em nome do Senhor Jesus Cristo.

Amém!"

Nota: esta oração é válida para qualquer pessoa, de qualquer nacionalidade, que queira aceitar o Senhor Jesus Cristo como seu Senhor e como seu Salvador - não só para os angolanos :)

 

A minha oração é a de que você e eu sejamos dos cristãos genuínos que fazem a diferença em Angola - e no mundo.

 

De uma redimida. 


Caliana :)

 O que você pensa sobre este assunto? Conte-me, nos comentários.

 

Comentários

  1. Maior parte das comunidades religiosas prega o evangelho da prosperidade (enganosa) e estes mesmos que o fazem retiram dos membros benefícios como dinheiro, favores. A quantidade de igrejas não está alinhada a qualidade (verdade)…

    Bom artigo, boa reflexão

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