Os fins nossos de cada dia

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Estes dias apercebi-me de que a finitude é algo que me inquieta. A ideia de que as coisas irão acabar não é propriamente confortável para mim. Isto não é algo que sinto em relação às coisas más. Na verdade, em relação a estas, talvez seja mais provável que eu me esqueça que terão fim e sofra mais do que esta verdade me permitiria. 

A minha angústia tem mais a ver com as coisas boas. Vivo momentos incríveis, coisas incríveis, com pessoas incríveis e me apercebo que não será para sempre. Há dias em que me angustio só de saber que as horas passarão e que aquele dia acabará dando lugar à outro. É estranho sentir-me num ciclo contínuo... É estranho não poder fazer uma gargalhada durar para sempre ou não poder congelar uma troca de olhares num momento de conexão profunda com a pessoa que amamos. Ou tornar imortais as pessoas que amamos...

A verdade é que a vida na terra é passageira. Desde os seres humanos ao mais ínfimo ser, seres vivos ou não, tudo obedece ao ciclo de finitude. Todos os dias nos confrontamos com a nossa necessidade de manutenção. Precisamos limpar as casas para que não se degradem com a sujeira, regar as plantas para que não sequem, comer e dormir para que não desfaleçamos, tomar banho para manter o nosso aspecto asseado, o cuidado para retardar os efeitos do envelhecimento... Há quem diga, por exemplo, que ao nascermos começamos a morrer. Precisamos manter os esforços necessários para manter as coisas num bom estado e para prolongar a vida. Na prática, queremos preservar o bom, o belo e o vivo. Queremos retardar o fim das coisas. Mas, como é visível: a vida na terra termina. A vida nesta terra é finita. 

A angústia perante a realidade do fim das coisas invade-me de vez em quando... Penso que esta seja, na verdade, apenas uma das inúmeras manifestações do nosso desejo pelo eterno, pelo que não termina. Eu, particularmente, tenho um desejo pela eternidade. Há em mim um desejo por viver eternamente aquilo que me faz bem e não sei se sou a única a sentir-me assim.

Não encontro nada nesta vida capaz de preencher ou responder a este meu anseio, mas apercebi-me de que esta angústia me empurra para aquilo que realmente interessa: para o que é eterno. Não é possível viver a plenitude do plano perfeito de Deus enquanto estivermos nesta versão caída da criação. Estaremos sempre adiando uma morte inevitável. Em cada realidade é possível contemplar um pouco desta finitude. São os fins nossos de cada dia. Porém, se esta verdade frustra, a verdade do Evangelho me conforta e me traz esperança. Quando, um dia, morrermos ou tivermos a vida interrompida pela volta do Senhor Jesus Cristo, de acordo com a nossa decisão de aceitá-lo como nosso Senhor e salvador ou não, veremos o nosso destino: Céu ou inferno - eternamente. Para aqueles que escolherem confessar e viver uma vida em sujeição aos mandamentos do Senhor, está reservado o Céu, eternamente. Para estes, está reservado viver o melhor: viver com Deus eternamente. O Senhor nosso Deus é a fonte da vida, de tudo o que bom e belo e se, de tão cheio que nos deixa os corações, queremos eternizar o momento dos primeiros passos dos nossos filhos, congelar um dia feliz para que nunca acabe ou tornar imortais os nossos pais ou os nossos cônjuges para viver esta felicidade para sempre, poder habitar em plenitude com Deus, será sem dúvida, uma coisa que nos preencherá de tal maneira que será infinitamente mais digna de ser guardada no tempo - para sempre! A Bíblia me garante que assim será! Por fim, chegará o bom, belo e vivo que não tem fim, aquilo que não termina, o "ETERNAMENTE"! Para aqueles que tiverem vivido em sujeição a Cristo está reservada a vida eterna. 

Posso não saber os detalhes de como será a eternidade com Deus, mas sei que se é O Senhor a prometer-me, isto não será nada menor do que o melhor. Sei que a minha angústia finalmente terá um fim. Então, não verei mais os "fins". Esta é a verdade. Esta é a minha esperança. E isto é cura para o meu coração aflito diante do pôr-do-sol de mais um dia que ainda acaba. Não há nada eterno neste mundo: só o que temos em Jesus.

³ E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão.

⁴ E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome.

⁵ E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de lâmpada nem de luz do sol, porque o Senhor Deus os ilumina; e reinarão para todo o sempre. 

Apocalipse 22:3-5

Ah... e um feliz ano novo! 

De uma redimida,

Caliana :)

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